FMI antevê retoma de megaprojeto de gás

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima a retoma no início deste ano do megaprojeto Mozambique LNG, da TotalEnergies, avaliado em 20 mil milhões de dólares, suspenso há três anos por causa dos ataques armados
Segundo o FMI, As condições de segurança no norte [Cabo Delgado] continuam a melhorar e espera-se o reinício do grande projeto de GNL [Gás Natural Liquefeito] que foi interrompido em abril de 2021 ainda no início de 2024.
O terminal de gás natural que a TotalEnergies começou a construir em Cabo Delgado, norte de Moçambique, é considerado um dos maiores investimentos do género em África, mas a obra está parada desde 2021, na sequência dos ataques terroristas naquela província.
Por sua vez, o presidente da petrolífera TotalEnergies disse hoje que espera recomeçar as obras de construção e exploração de gás natural em Cabo Delgado até final do ano, garantindo monitorar a situação no terreno permanentemente.
Respondendo a uma pergunta sobre Moçambique, no final da apresentação dos resultados de 2023, o presidente da companhia francesa TotalEnergies, Patrick Pouyanné, assegurou queMonitoram permanentemente a situação no terreno, a população civil já está de volta ao terreno, há normalidade, apesar de alguns incidentes relacionados com a situação em Gaza, que fez reativar algumas células em muitos países. Afirmou também que estão em curso questões de engenharia por resolver, mas espera recomeçar o projeto até final do ano. Aquele gestor referiu ainda que o que se pretende evitar é decidir fazer voltar as pessoas e depois ter de as forçar a sair outra vez.
A petrolífera francesa TotalEnergies suspendeu o projeto de construção de uma central para produção e exportação de gás natural em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, no seguimento do agravamento da situação de segurança na região, em março de 2021.
O Presidente da petrolífera TotalEnergies referiu que tem feito progressos com os fornecedores, com os diferente empreiteiros, incluindo na parte dos custos, e todos querem reativar o projeto, e está agora em processo de reativação do financiamento global, o que deve acontecer nos próximos meses.
Antes, durante a apresentação dos resultados, Pouyanné já tinha dito que a empresa “não está longe de ter tudo pronto” para recomeçar as obras para exploração de gás natural no norte de Moçambique. A última parte é o refinanciamento do projeto, que foi suspenso, digamos, quando houve os eventos de terrorismo que forçaram a suspensão do projeto.
Para a TotalEnergies, o que é preciso agora é “reativar as instituições financeiras em todo o mundo, e depois quando isso estiver feito vão recomeçar o projeto. Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado. Dois desses projetos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.
O maior é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.
O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4). Um terceiro projeto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, diretamente no mar, que arrancou em novembro de 2022.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

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