OS RAPTOS, UM “BUSINESS” QUE RENDEU 2,1 MIL MILHÕES, ENQUANTO OS “CHEFES” CONTINUAM NO SEGREDO
OS RAPTOS, UM “BUSINESS” QUE RENDEU 2,1 MIL MILHÕES, ENQUANTO OS “CHEFES” CONTINUAM NO SEGREDO DOS DEUSES
O crime de rapto começou a ganhar destaque em 2011, era o início de uma onda de sequestros que teve como principais alvos empresários de origem estrangeira. Nos primeiros casos, os criminosos actuavam durante a noite, mas, com o passar do tempo e face à aparente impunidade, passaram a cometer os crimes em plena luz do dia. Hoje, os raptos ocorrem semanal ou mensalmente, à vista de todos, sem que as autoridades consigam travar o fenómeno.
A TV Sucesso apurou junto do Ministério do Interior que, entre 2011 e o presente ano, já foram registados 205 casos de rapto, dos quais 133 na cidade de Maputo, 49 na província de Maputo e 9 na província de Sofala. Milhões de meticais foram movimentados em pagamentos de resgates, e há situações em que as vítimas nunca regressaram ao convívio familiar.
O caso mais recente ocorreu no dia 7 de Outubro de 2025, tendo como vítima um empresário português. Até ao momento, não há qualquer esclarecimento sobre o seu paradeiro, nem identificação dos autores. A TV Sucesso esteve no estabelecimento do empresário raptado, onde os funcionários confirmaram que continuam sem novidades sobre o destino do seu patrão.
O jurista Paulino Cossa afirmou, em exclusivo à TV Sucesso, que “enquanto o Estado não assumir o combate aos raptos como uma prioridade nacional, continuará a perder a guerra contra o crime”. O especialista defende que o país precisa de reforçar seriamente os mecanismos de prevenção e investigação criminal.
Por seu turno, o pesquisador Baltazar Fael considera que “os raptos já são um fenómeno de barbas brancas” e deixa bem claro que o Governo de demonstra total incapacidade para enfrentar o problema de frente.
O criminalista Paulo de Sousa alerta que será difícil combater o fenómeno “enquanto existirem agentes da polícia envolvidos nas redes de rapto”.
Mas, afinal, porque é que os mandantes nunca são responsabilizados pelas autoridades competentes? De acordo com dados apurados pela TV Sucesso junto do Gabinete de Informação Financeira de Moçambique, entre 2014 e 2024 o “negócio” dos raptos movimentou cerca de 2,1 mil milhões de meticais, tornando-se uma actividade altamente lucrativa e, até agora, praticamente impune.
Grande Reportagem: Julião Job
Imagem: César Mariquele
Edição: Bernardo Nhangale
Texto Redes Sociais: Elves Abel Mucachua
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